11 março 2009
Louca de pedra!
Toda mulher é doida.
Impossível não ser.
A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que,
sem o amor, a vida não vale a pena ser vivida,
e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar “the big one”,
aquele que será inteligente, másculo,
se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais.
Uma tarefa que dá pra ocupar uma vida, não é mesmo?
Mas além disso temos que ser independentes, bonitas,
ter filhos e fingir, às vezes, que somos santas, ajuizadas,
responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos
em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado
pelo Johnny Depp, ou então virar uma cafetina,
sei lá, diga ai uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca.
Pense em qualquer uma que você conhece e diga se ela não tem ao menos três destas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante.
Pois então.
Também é louca. E fascinante.
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira pra ver quem está chamando lá fora.
E santa, fica combinado, não existe.
Mas mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude,
que não deseje mais nada?
Você vai concordar comigo:
só sendo louca de pedra.
Martha Medeiros.
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